segunda-feira, 27 de abril de 2009

Opinião de Plinio Bortolotti

A Folha de S. Paulo [Ilustrada], traz na edição de hoje [26/4/2009] reportagem sobre uma biografia de Walt Disney [aqui, para assinantes]. O livro desfaz alguns mitos sobre o pai do Mickey e confirma outros. De fato, ele tinha uma personalidade tirânica, era anticomunista; não há provas que ele tenha sido antissemita. Mas, acima de tudo, segundo o livro, era um criador genial, capaz de produzir milhares de desenhos a mais para obter uma animação com movimentos realistas. O autor do livro - Walt Disney: o triunfo da imaginação americana - é Neal Gabler, que consultou milhares de documentos inéditos para escrevê-lo.

Se a memória não me trai, e ela sempre nos prega peças, a primeira obra que li foi um gibi do Mickey, em cuja história ele visitava uma tribo de índios. Eu devia ter uns seis anos, fazia uma viagem de trem com meu pai, e ele comprou a revista de um dos funcionários da ferrovia que passavam oferecendo as coisas mais diversas pelos corredores dos vagões.
Quando Disney morreu, em 1966, eu tinha 10 anos - e levei um choque -, pois achei que nunca mais veria um desenho feito por ele ou uma história inédita. Na minha compreensão infantil, eu via aquele homem, noite após noite, desenhando e escrevendo, sozinho, cada uma daquelas fantásticas histórias.
Um pouco mais crescido, passei para leituras mais "adultas", tornei-me admirador do Sr. Walker, mais conhecido como Fantasma, o espírito que anda, de seu amigo Guran [o pigmeu da tribo bandar], do seu lobo de estimação, Capeto, e do se cavalo banco, Herói. [A propósito, quando começaram a maldar dos super-heróis, Fantasma foi o primeiro a se casar, com a sua namorada, a srta. Diana Palmer; mas, por essa época, eu já não participava mais de suas aventuras.]
Hoje, quando vejo alguns pais condenarem jogos eletrônicos ou o uso computador, pois estes "desviariam" os filhos de coisas mais importantes, lembro que, quando criança havia a mesma lenga-lenga a respeito dos gibis. Felizmente, meus pais nunca proibiram; como eu tinha pouca grana, participava de uma feira de troca que ocorria, a cada domingo, antes do início das matinés do Cine Fernandópolis. Foi graças aos gibis que eu me tornei um leitor.
Postado por Plínio Bortolotti às 20:35
Marcadores: gibis, quadrinhos, walt Disney
Em resposta ao que o jornalista Plínio Bortolotti escreveu sobre histórias infantis

Creio haver um certo exagero atualmente em relação a histórias, músicas infantis, jogos eletrônicos etc.. A depender das histórias e das músicas que fizeram parte do meu imaginário infantil, hoje eu daria pauladas em gatos, morreria de trabalhar como uma formiga, viveria à cata de um príncipe encantado, teria me casado com um sapo só pra ver o resultado e morreria de insônia com medo do boi da cara preta...
Mas, não! Hoje reconto as histórias e lanço um olhar crítico e, por que não, sorridente, em relação a elas. Há quem se casa com um sapo, na doce ilusão de transformá-lo e acaba por descobrir que ele não passa de um sapo mesmo! A cigarra virou cantora e joga na cara da formiga que esse negócio de trabalhar sem criatividade não leva ninguém pra frente. Espero que a formiga haja aprendido que trabalhar continuamente sem nunca se dispor a tamborilar umas bobagens no teclado, como estou fazendo agora, não leva ninguém pra frente. Quanto ao gato, ele comprovou realmente ter sete vidas. Apesar das pauladas, não morreu,reu,reu... Dona Chica,ca,ca deve hoje ter mil e um motivos para se admirar diante da violência gratuita que há fora das histórias e canções infantis.As histórias, canções, novelas, peças teatrais apenas imitam a vida e inserem um fantasia que nos faz sonhar e refletir.

27 de Abril de 2009 14:44

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ANDANDO NA CHUVA

ANDANDO NA CHUVA

Celina Côrte Pinheiro

Hoje andei na chuva, com calma, sem pressa e sem guarda-chuva. Não cantei, nem dancei pelo risco de ser considerada louca. Minha loucura encontra-se nos limites da normalidade, não é muito diferente daquela que acomete a maioria das pessoas. Apesar disso, percebi os olhos arregalados de uma senhora que caminhava na praia como eu, porém munida de guarda-chuva. Olhou-me com espanto, sem perceber que eu estava feliz, completa. A chuva banhava-me a cabeça e o corpo. Era mansa e morna, diferente daquela que caia do céu na minha infância. Chuva, onde nasci, era sinônimo de frio. Minha mãe, já aos primeiros pingos, obrigava-nos às mangas compridas. Tomar chuva, nem pensar! Quanto muito soltar os barquinhos de papel nas corredeiras que se formavam nas coxias...
Hoje andei na chuva e compreendi porque aqui em Fortaleza ninguém corre quando vê a chuva. Ela ameniza o calor local e tem uma temperatura que nos aconchega. Molha, mas não nos causa arrepios. Esfria um pouco nosso corpo e lhe dá aquela temperatura gostosa com a qual sonhamos o ano inteiro. Na medida certa!
Hoje andei na chuva e me senti parte de toda essa gente que vive aqui. Assumir o jeito de ser dos habitantes locais é um bom sinal. Sinal de adaptação e de aceitação plena de outra cultura... Isto é saudável e nos faz bem!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

TUDO TEM UM DIA...

Há muito insistiam comigo para que eu criasse um blog. Perambulei por aí, bloguei um bocado no Antena Paranoica do Nonato Albuquerque, mas nada de me decidir. Acomodei-me, é verdade. De repente, o feitiço passou pelo Plínio Bortolotti ( ai, meu Deus, com dois eles ou dois tês??) e me pegou também. Tudo tem o dia certo. Talvez seja hoje...

ENCONTRO COM RAQUEL

Hoje estive com Raquel. Um sábado nublado como poucos e ela comodamente sentada no banco da praça, dividindo o espaço com os leões. Ficamos frente a frente. Nos cabelos, uma flor murcha colocada por alguém que perambulava pelo local. No rosto, a ausência dos óculos que, a princípio, repousavam sobre seu nariz. Ao seu lado, um homem sentado, com o braço sobre o ombro da escritora. De vez em quando ele esfregava sua grosseira mão esquerda sobre o joelho de Raquel. Outras pessoas paradas também frente a ela, conversavam, riam, sem saber certamente a preciosidade que tinham diante de si. Saí meio desolada e com a sensação de que em um outro dia nublado como hoje, talvez eu não a encontre mais ali ou quem sabe, ao vê-la, não experimente a mesma ternura face ao desencanto da destruição. Parece-me que as pessoas pensam que estátuas sentem falta de um aconchego e por isso não se intimidam em abraçá-las ou encarapitar-se sobre elas... Estátuas são marcos históricos, aparentemente frios e não se emocionam com nossas presenças. Nós é que nos emocionamos com eles. Por isso devemos preservá-los, a fim de conservarmos nossa própria humanidade.

Celina Côrte Pinheiro

Demorei mas cheguei

Depois de muita insistência, resolvi criar meu blog. E quando resolvo, não penso duas vezes. Vou em frente. Não me faltam idéias e isso me dá prazer. Quando a idéia toma forma e se torna um conto ou uma crônica, a euforia toma conta de mim. Como já disse: isso me dá prazer! E aqui estou eu, disposta a colocar minhas idéias no netpapel...